Máscaras

Vou cozinhar no tacho
uma máscara de barro.
Refazer meu rosto
nos moldes do inferno.
Ver quem sou
e me esconder.
Mostrar nos meus traços
a quem devem temer.

Vou cozinhar no tacho
uma máscara de granito.
Esconder meu rosto
nos passos do destino.
Vou entrar nos meandros
do submundo conquistado,
encontrar Perséfone
e maldizer a morte.

Vou cozinhar no tacho
uma máscara de bronze.
Desfazer meu rosto
nos traços dos esquecidos.
Buscar o molde do meu rosto
no meu caos inicial.
Pescá-lo no lamaçal,
retirá-lo do fundo do poço.

Matem! Matem!
Matem as máscaras.
Retirem as máscaras!
Que elas não me servem
para nada.
Levem as máscaras
para o fundo do poço
que elas afundem
no lamaçal deste caos.

(Por Ana Marques)


No Ipod: Calliope - Nox Arcana




Com agradecimentos a Ana Marques (pela poesia roubada descaradamente de seu blog) e Rofano Aglargon (pela sugestão da música e apresentação da banda).

6 comentários:

Mori 12 de abril de 2009 às 19:50  

Prima! Que raios de mascarados sao esses na sua vida?

Amiga do Cafa 15 de abril de 2009 às 15:36  

Belo poema !
Adorei o vídeo.
Colorido.
Beijão

Vinicius 16 de abril de 2009 às 05:29  

Dahora o blog rsrs
só num gosto mto de poemas..rs

(.Я↯A.)®✶ 16 de abril de 2009 às 12:27  

Belo post, realmente adorei...
ficou lindo o poema e o vídeo em slide, bem artístico e combinaram perfeitamente
XD
sucesso!

PROFESSORA ARTEIRA 17 de abril de 2009 às 18:13  

Blog novo!!!!
Logo atualizo no meu!!!!
Beijos!

Unknown 21 de abril de 2009 às 11:03  

"Medo de máscaras palhacentas
Prefiro a vicissitude escancarada
A luxúria descarada
A mão espalmada
A máscaras de palhaços inventadas."

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