Luxúria


(Foto: arquivo pessoal)

Queria lembrar dos velhos tempos, aqueles que você nunca esquece... Somente de sobretudo, bateu na porta de sua casa, queria de qualquer forma seduzi-lo naquela noite. Batom vermelho, salto alto, meias 7/8, nas mãos o vinho preferido dele.

Ele abriu a porta, bem surpreso com a visita, ela conhecia bem a casa, caminhou suavemente até a cozinha, trouxe as taças e o abridor, entregou-lhe para que abrisse o vinho, abaixou o tronco de modo que seus seios ficassem a mostra, revelando que por baixo daquele sobretudo, nada havia.

Serviu o vinho e sentou ao seu lado, passando os dedos pelo seu tórax forte, conversando amenidades, rindo e falando de como as lembranças dele estavam presentes no seu dia a dia. De como lembrava dele segurando-a fortemente pela cintura enquanto se beijavam, de como era bom sentir o suor dele misturado ao dela, do que ele fazia quando ela gozava e de como sexo anal nunca mais tinha sido o mesmo sem ele.

Foi ao toalete, ao voltar, de frente pra ele, desabotoou o sobretudo, deixou cair e expôs a única peça de roupa que realmente usava, uma linda e pequena calcinha, daquelas que tinha certeza que o enlouqueceria, sentou no seu colo, de frente pra ele, roçando seus seios nus no peito dele. Aproximando sua boca da dele.

Ele a pegou no colo, levou pro quarto, a jogou na cama e voltou pra sala, pegou seu sobretudo e a cobriu. Sentou-se ao seu lado e disse: 'Querida, infelizmente, é passado! Este corpo não te pertence e você não exerce mais nenhum poder sexual sobre ele. Vista-se e vá embora!'

Ela olhou assustada, uma homem negar-lhe. Vestiu-se e saiu de lá, se achando a pior das mulheres, mas para não perder a noite, abriu o sobretudo e saiu andando pela orla, se não teve de graça, teria recebendo por fazer o que mais gostava: Sexo. E naquela manhã acordou com um desconhecido, nua e satisfeita.



No iPod:

1 comentários:

Anônimo,  14 de agosto de 2012 às 10:25  

Ah, doce Nika,

tão sublime esses traços de comportamento, tapas com luva de pelica ou opções divergentes, como aquela poetizada por Frost:

“Dois caminhos divergiam num bosque amarelo
Triste por não poder seguir os dois
E por ser apenas um viajante, segui
Um deles o mais longe que pude com o olhar,
Até o ponto onde ele se perde no mato

Tomei o outro que me pareceu mais belo,
Oferecendo talvez a vantagem
De uma relva que se podia pisar,
Embora o estado de ambos fosse o mesmo
E naquela manhã eles fossem iguais

Ambos estavam sob relvas que nenhum passo
Enegrecera. Oh deixei
Para outra vez o primeiro!
Mas como sabia que ao caminho se juntam
Os caminhos, duvidei que um dia voltasse.

Hei de contar isto suspirando,
Daqui a muito tempo, nalgum lugar:
Dois caminhos divergiam num bosque, e eu
Segui o menos trilhado,
E foi o que fez toda a diferença.”

Um bj, princesa.

Postar um comentário

  © DO MUITO E DO POUCO

Design by Emporium Digital